O livro de Jó revela um plano em quatro etapas que mostram como Deus trabalha na vida de um homem bom, mas que ainda não conhecia o Senhor de forma íntima. Jó era íntegro, reto, temente a Deus e se desviava do mal, mas precisava de um relacionamento mais profundo com o Criador. A narrativa deixa claro que a verdadeira vida eterna é conhecer a Deus e a Jesus Cristo de maneira pessoal e transformadora.
A primeira etapa mostra o ataque de Satanás contra Jó, atingindo seus bens, sua família e sua saúde. Apesar da intensidade das provações, Jó não pecou contra Deus. Seus sofrimentos vieram de diferentes direções: inimigos, desastres naturais e até fogo do céu, simbolizando que as dificuldades podem vir de todos os lados. Essa fase ensina que a fé não depende das circunstâncias, mas da confiança em Deus mesmo no meio do caos.
Na segunda etapa, sua própria esposa se torna uma voz de desânimo. Ela sugere que Jó abandone sua integridade e blasfeme contra Deus. Contudo, Jó mantém firmeza e responde com sabedoria, demonstrando que até mesmo dentro de casa podem surgir conselhos que nos afastam do propósito divino. Esse episódio destaca a importância de não ceder a pressões, mesmo vindas de pessoas próximas, e permanecer fiel a Deus.
A terceira etapa envolve os amigos de Jó, que tentaram aconselhá-lo, mas acabaram relacionando suas provações a pecados ocultos. O livro alerta sobre dois perigos: dar maus conselhos e aceitar conselhos errados. A experiência e a vida de quem aconselha fazem toda a diferença. Muitos, como Pedro em determinado momento, podem ser usados para falar palavras contrárias à vontade de Deus. Jó nos ensina a ter discernimento e sabedoria para filtrar as vozes que ouvimos em meio ao sofrimento.
A quarta etapa se concentra no diálogo entre Jó, seus amigos e Deus. Jó faz muitas perguntas e queixas, mas começa a perceber sua necessidade de um mediador, alguém que pudesse interceder entre ele e o Senhor. Essa figura aponta diretamente para Jesus Cristo, o verdadeiro mediador. No meio da dor, Jó passa a entender que não pode contender com Deus, mas deve confiar em sua soberania. Assim, seu sofrimento se transforma em perseverança, experiência e esperança.
Por fim, o desfecho do livro mostra que Jó aprendeu sua lição e foi restaurado. O sofrimento, que parecia um muro intransponível, se revelou como um caminho pedagógico de Deus para levá-lo a lugares mais altos. As novas bênçãos recebidas por Jó, inclusive em sua família, simbolizam uma vida renovada após a tribulação. A história ensina que todos nós precisamos de um Salvador, e que mesmo em meio às dores, Deus usa a adversidade para nos moldar, nos ensinar e nos aproximar d’Ele de maneira íntima e verdadeira.
Luís Carlos Teixeira da Silveira, discípulo de Jesus, casado com Débora, pai de Melissa, Luísa e Helena. Responsável pelo Trabalho com as Crianças, congrega e coopera na Igreja em Porto Alegre.
