Quem és tu Senhor? Que farei Senhor?

Potencial é uma palavra que tem a ver com o reconhecimento em tua vida do que Deus tem te dado. É a força, habilidade, poder  que está dentro de ti. Quando Deus olhou para Paulo , ele viu o potencial. Nesta pregação você poderá ver que Paulo primeiro precisou ver o Senhor e se tornar um discípulo, para depois cumprir com a obra que o Senhor havia separado para ele. O mesmo potencial que Deus viu em Paulo , ele vê em nós nos dias de hoje. O mesmo chamado de ser e fazer discípulos  soa aos ouvidos da igreja nestes últimos dias. A decisão de atender a essa voz é nossa! 

A CONVERSÃO DE PAULO

Deus nos criou para sermos um potencial nas suas mãos. Mas a decisão é nossa! Houve um homem chamado Paulo, que na sua juventude era um exemplar religioso, um fariseu que se avantajava mais que os outros, temente a Deus, íntegro; ensinado pela melhor escola e mestre da sua época, culto, soldado corajoso e dedicado, despojado e tantas outras qualidades. Mas este jovem, por falta de revelação de Deus,  perseguia os irmãos, pensando com isto que estava servindo a Deus. Ele até presenciou a morte do primeiro mártir da igreja, Tiago, e guardou as suas vestes. E numa dessas perseguições, indo pelo caminho de Damasco, caiu sobre ele uma luz e escutou uma voz de alguém que o conhecia, perguntando-lhe: “Saulo, Saulo, por que me persegues?”. E Paulo faz duas perguntas:

QUEM ÉS TU, SENHOR?

Saulo, então, pergunta-lhe: “QUEM ÉS TU, SENHOR?”. E o Senhor diz que ele era Jesus, o Nazareno, a quem ele estava perseguindo. Ele entendeu que o Senhor estava se identificando com a igreja. Ao perseguir a igreja ele estava perseguindo o Senhor! E ao dizer “Senhor”, ele estava reconhecendo a Deus, o Senhor, o Salvador. Os que estavam com Saulo viram a luz, mas não entenderam o sentido da voz que falava com ele. 

QUE FAREI, SENHOR?

Então, Saulo faz uma segunda pergunta: “QUE FAREI, SENHOR”. E o Senhor lhe falou: “Levanta-te, entra em Damasco, pois ali te dirão acerca de tudo o que te é ordenado a fazer”.

Mas Saulo estava cego devido o fulgor daquela luz; então foi guiado pela mão dos que estavam com ele até a cidade. Que tratamento na vida de Saulo. Antes os outros dependiam dele, agora ele está dependendo dos outros. Saulo ficou cego por três dias (o número da ressurreição) até chegar um discípulo de Jesus, Ananias, não seguro da conversão de Saulo, mas confiante no Senhor para orar pela cura dos seus olhos, ser cheio do Espírito Santo, batizá-lo e entregar-lhe a palavra do Senhor sobre o que ele teria que FAZER para o Senhor dali por diante: “O Deus de nossos pais, de antemão, te escolheu para conheceres a sua vontade, veres o Justo e ouvires uma voz pela sua própria boca, porque terás de ser sua testemunha diante de todos os homens, das coisas que tens visto e ouvido”. E quando Saulo passou a ver, ele viu o quanto era cego antes, mas agora só não passou a ver a Jesus com seus olhos físicos, mas também com seus olhos espirituais. E a ele foi revelado que seu chamado já estava determinado, pois, segundo disse Ananias, Deus o havia escolhido de antemão (temos estes testemunhos em Atos 9 e Atos 22). E aos Gálatas, ele também testemunha:

“Quando, porém, ao que me separou antes de eu nascer e me chamou pela sua graça, aprouve revelar seu Filho em mim, para que eu o pregasse entre os gentios” (Gl 1.15,16).

DUAS PERGUNTAS DECISIVAS

Queremos destacar duas perguntas importantes e decisivas na vida de Paulo. A primeira pergunta: “QUEM ÉS TU, SENHOR”. E a segunda pergunta foi: “QUE FAREI, SENHOR?”. Ao fazer a primeira pergunta, Paulo converteu-sme, passou a SER um discípulo. E ao fazer a segunda pergunta: “Que farei, Senhor?”, Paulo passou a FAZER discípulos e se tornou um apóstolo mais tarde. Primeiro ele foi um discípulo, depois um apóstolo. Se pensamos em ter algum dom ou ministério ou talento ou alguma habilidade para servir ao Senhor (podemos numerar alguns deles) antes precisamos ser discípulos e fazer discípulos. Esta foi a experiência de Paulo. Também deve ser a nossa!

Já após sua conversão Paulo pregava o evangelho, conforme vemos em Atos 9, apesar discípulo devido seu histórico. Depois ficou três anos de reclusão na Arabia, um tempo de oração e jejum, de preparo. Barnabé, um discípulo maduro, da cidade de Antioquia, foi ao seu encontro, introduziu-o na igreja de Jerusalém, levando-o até aos apóstolos; também envolveu-o nas igrejas para ensinar. Neste tempo, Paulo era um discípulo que fazia discípulo e tinha o dom de ensino ou de mestre. Barnabé acreditou em Paulo, investiu nele; foi seu discipulador (quantos de nós não sabíamos disto!). Depois, Paulo ficou vinculado à igreja da cidade de Antioquia e foi separado, anos depois, uns 10 anos depois da sua conversão para ser apóstolo, junto com o próprio Barnabé, conforme Atos 13.  A partir daí, seu nome foi mudado: de Saulo para Paulo. Antes era era Saulo, que vem de Saul, que significa grande, exaltado, como era o rei Saul. Mas agora, seu nome é Paulo, que significa pequeno. Era o Senhor tratando com Paulo. Era o discipulado de Cristo. Era o Senhor humilhando-o à semelhança de Cristo. Era o caminho da Cruz, o princípio da Cruz: deixarmos de fazer a nossa vontade para fazermos a vontade do Senhor. É a nossa vontade abnegada, rendida, quebrantada, consagrada. Só assim o Senhor poderá nos usar na sua obra; do contrário, não. Antes de fazermos discípulos, temos que ser discípulos.

Muitas vezes queremos fazer as coisas para Deus, mas não queremos ser o que Deus quer que sejamos antes de fazermos discípulos. Vamos pensar bem nisso?! Temos que ser consagrados ao Senhor, antes de nos consagrar à sua obra. Paulo teve uma experiência radical por Cristo, uma conversão autêntica, uma abnegação e despojamento total da sua vida e valores. Chegou a considerar tudo como refugo ou, no original, esterco, algo sem valor perto do conhecimento e sublimidade de Cristo, conforme seu testemunho escrito na sua carta aos Filipenses. E nós, estamos apegados a Cristo ou às nossas coisas e às coisas do mudo, nossos títulos, emprego, hobbies, bens, e até, de uma maneira exagerada e enganosa, apegados à nossa família, também em nossas obras, dons e ministérios?

Paulo tinha um grande princípio na vida dele, dita nestas suas poucas palavras:

“Não vivo eu, Cristo vive em mim” ou em outras palavras, não vivo mais pra mim, mas para  Cristo, registrado em Gálatas 2.20. Paulo que era um perseguidor da Igreja, tornou-se um perseguido por causa da igreja.

O POTENCIAL DE PAULO

Deus tinha planejado que Paulo fosse um potencial nas suas mãos, antes mesmo dele nascer. Deus esperou sua conversão. Mas ele, longe do Senhor, tornou-se um potencial inútil. Só foi útil para si mesmo e para o diabo que o usou para perseguir a igreja. Que desperdício seria para o reino de Deus e sua igreja se Paulo não tivesse se convertido, tornando-se um discípulo e apóstolo! 

Veja seu potencial: por exemplo, nós não teríamos, praticamente, o Novo Testamento; não teríamos a carta doutrinária aos Romanos e aos Efésios;  não teríamos as igrejas fundadas e influenciadas por ele; não teríamos o evangelho sendo difundido entre os gentios (devido o preconceito que os doze tinham);etc. Mas Paulo conheceu o Senhor e tornou-se um potencial em suas mãos que até hoje nos influencia, edifica, inspira! E todo o potencial que ele recebeu do Senhor, ele diz que é o tesouro do seu Espírito que habita dentro de nós, vasos de barro, onde reside a excelência do seu poder, conforme 2 Coríntios 4.7. Quando vivemos para Cristo, todo o potencial que ele tem para nós começa a se expressar em nossa vida e ministério, conforme ele planejou para nós. Aqui, vemos a importância de Paulo para Deus e para nós, o que também revela a nossa importância. 

Mas será que Deus pode contar contigo e comigo nos seus propósitos? Nós também devemos fazer estas duas perguntas importantes e decisivas na nossa vida: Devemos perguntar: “Quem és tu, Senhor”, e assim nos converter e nos tornar seus discípulos; e fazer a segunda pergunta: “Que farei, Senhor?”, e passar a fazer discípulos para Jesus e exercer algum dom que ele tem para nós. A primeira pergunta nos leva à conversão; a segunda pergunta nos leva ao serviço. A primeira pergunta nos leva a aceitar a obra que ele fez por nós; a segunda pergunta nos leva a fazer uma obra para ele. A primeira pergunta nos leva o que devemos ser para ele, discípulos; a segunda pergunta nos leva ao que devemos fazer para ele, discípulos.

NOSSO POTENCIAL

Só pode fazer discípulos quem é um discípulo! Antes de conhecer a Cristo, como Paulo, nós não éramos aqueles potencial para o qual Deus tinha nos criado. Agora, em Cristo, encontramos nosso potencial para Deus. Agora podemos andar nas boas obras que ele preparou para que andássemos nelas, conforme nossos talentos, dons, serviços, ministérios que ele concedeu para cada um de nós, segundo Efésios 2.10.

Quem sabe ainda não descobrimos tudo o que Deus tem preparado para nós, conforme sua promessa em 1Co 2.9,10, que ele quer nos revelar pelo seu Espírito? Quem sabe não estamos vivendo como deveríamos viver mais despojados, rendidos, consagrados ao Senhor? Quem sabe estamos usando apenas 10% do nosso potencial para o Senhor; estamos vivendo o mínimo, não o máximo? Estamos numa zona de conforto, não numa zona de trabalho? Quem sabe temos alguns impedimentos, amarras, cadeias, pecados, fraquezas, etc, em nossa vida que nos impedem de andar mais livres para Deus e sua obra? Quem sabe o brilho da vida em Cristo e nosso discipulado a ele (e aos nossos irmãos mais velhos) estão apagados e precisam da luz penetradora e quebrantadora do seu Espírito? Quem sabe estamos parados, frustrados, cansados, desanimados na obra do Senhor? Quem sabe nós sabemos do potencial que temos mas não estamos nos rendendo nas mãos do Senhor? 

Vamos examinar o  exemplo da semente: se a semente não sair da estante e não for para a terra, ela não irá desenvolver todo o potencial que Deus já colocou nela. Ela tem que mudar de lugar. Ela tem que cair na terra, morrer para dar seu fruto. Nós também temos que mudar de lugar, de posição, de atitude, morrer para nós mesmos e dar fruto para o Senhor. Temos que nos lançar nas mãos de Deus para ele nos plantar aonde ele quer, o que ele já planejou para nós conforme seu agrado. É a obra da cruz, o princípio de morrer para a nossa vontade para viver apenas para a vontade do Senhor. E assim, nós que já fizemos a pergunta: “Quem és tu, Senhor”, e nos tornamos discípulos; quem sabe ainda devemos fazer a segunda pergunta: “Que farei, Senhor?”, tão logo teremos a resposta.

Que decisão hoje vamos tomar? Quem és tu, Senhor? Quero te seguir! Que farei, Senhor?

Quero te servir! Não vivo mais pra mim, Hoje vivo só pra ti, Tu és meu Senhor, Vou sempre te seguir!

Te entrego meus planos e meus sonhos, Tudo entrego nas tuas mãos, Te rendo tudo o que eu tenho e sou,

Te dou meu coração.

 

Autor Pr. João Nelson Otto

Presbítero na Comunidade de Porto Alegre, pastoreando vidas desde 1979. Formado em teologia, casado com Sirlei Otto, pai de 3 filhos e avô de 10 netos. Autor do livro “O serviço dos santos”.

 

 

O texto acima expressa a visão do autor sobre o assunto, não sendo necessariamente a visão do site.

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