Aquela cruz era minha

Uma longa jornada de volta teria que ser feita pelo judeu negro, mas agora ele carrega dentro de seu coração a imagem da face machucada de um homem que era inocente, e dentro de sua bagagem vai uma roupa de linho branco encharcada de sangue. Quando Simão chega em casa, seus filhos, sua família, seus amigos, querem ver o troféu, então Simão tira a veste de linho e lhes conta a história de Yeshua Ben-David, e todos choram juntos e se convertem ao nome que está acima de todos os nomes. E talvez você pergunte como cheguei a esta conclusão, é só lermos o escrito de em Romanos 16:13. Mais tarde encontramos o Apóstolo Paulo se referir a um grande missionário da região de Corinto, na cidade de Cencréia, que na verdade era um porto de Corinto. Segundo historiadores este Rufo tinha um irmão também muito fervoroso e fiel à palavra, e seu nome era Alexandre, ambos os filhos de Simão. (Pr. Alexandre Augusto)

Mateus 27.32; Marcos 15.21 e Lucas 23.26

Existe um personagem bíblico que não é muito falado, Simão, Cireneu. Conhecemos como aquele que ajudou Jesus a carregar a Cruz. Nos três primeiros evangelhos é dedicado um versículo para mencionar seu nome. 
Vamos ler Lc 23:26.

O que aconteceu? Como todo judeu, ele vinha à Jerusalém para a festa da Páscoa, uma das três festas anuais dos judeus. Ele era nascido em Cirene, uma cidade que existiu ao norte da Líbia, continente Africano, onde tinha uma comunidade judaica. Ou ele veio da sua cidade natal, de longe, ou ele veio de perto, dos arredores de Jerusalém onde estava ali em visita, juntando-se com os peregrinos para esta festa.

Ao chegar na cidade viu um alvoroço. E quem sabe ele perguntou o que estava acontecendo. Então disseram que Jesus, chamado filho de Deus, estava carregando uma Cruz para ser crucificado. Penso que ele já tinha ouvido falar de Jesus. E algo inusitado aconteceu: obrigaram-no a levar a cruz de Jesus até o lugar chamado Calvário ou Caveira, e nela ser pregado. Por ter sido obrigado ou constrangido, na verdade, ele estava se recusando a levá-la. Ele sabia que aquele método de morte romana era para os escravos, os bandidos, os rebeldes, os piores elementos da sociedade. E ele não queria se identificar com este tipo de gente. Mais ainda, para um judeu, ele sabia que aquele que carregava uma cruz para ser crucificado era um maldito. E ele, não queria ser como Jesus, um amaldiçoado.

A manjedoura e a cruz!

Quem sabe, Simão pensava: Ele que leve a sua cruz… esta cruz é dele, não é minha. Mas ele foi obrigado a carregar aquela Cruz. E ao carregá-la, e ao olhar aquele homem enfraquecido, desfigurado por ter levado açoites e uma coroa de espinhos na sua cabeça, percebeu que ele era um homem diferente. Havia algo em seu olhar. Ele não reclamava e não rogava maldição sobre os soldados e aqueles que gozavam dele. Ao chegar em cima do monte, então foi dispensado. Mas quem sabe ele ficou por ali observando aquele homem. Ao ser levado e pregado na cruz, viu que dela, ele não fugia. Quem sabe ele ouviu as suas palavras: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”… “Pai, te entrego meu espírito”… Quem sabe ele viu aquele centurião dizer que Jesus era de fato o Filho de Deus?

Então, ele foi embora com uma impressão que nunca sentira por um homem que era totalmente diferente dos outros, ainda mais naquela situação, literalmente, cruciante. Quem sabe, até chegar em sua casa, ele descobriu algo: Aquela Cruz que Cristo carregava, na verdade, não era de Cristo, era dele. Quem sabe ele ficou lembrando aquelas palavras da Cruz! Quem sabe também lembrava até das palavras da lei e dos profetas, como Isaías 53, que Jesus levaria sobre si os pecados de nós todos! Ele teve revelação que Cristo estava morrendo em seu lugar naquela rude cruz. Assim, Simão Cireneu, se converteu e nunca mais foi o mesmo. Ele foi transformado por Cristo, ao ponto que sua família se converteu, pois a Bíblia menciona seus filhos e sua esposa convertidos (Mc 15.21; Rm 16.13).

E quais são as implicações desta Cruz?  Em Romanos 4.24, no seu final e no 25 lemos: “… Jesus, nosso Senhor, o qual foi entregue por causa das nossas transgressões, e ressuscitou por causa da nossa justificação”. Veremos, então:

1.”…Jesus …foi entregue por causa das nossas transgressões” ou morreu por causa dos nossos pecados. Qual foi a causa da morte de Cristo? Os nossos pecados. Quando Adão pecou, e todos nós estávamos incluídos nele, herdamos dele o pecado e a morte. E se o pecado e a morte entraram no mundo por meio de um homem, então elas deveriam sair por meio de um outro homem, que aplacaria a ira de Deus e satisfaria a sua justiça. Quem? Só Alguém que não era pecador como nós, mas Alguém que fosse Santo, Digno, Deus. Só um podia fazer isso: Cristo. Ele foi nosso substituto. Ele morreu na cruz em nosso lugar. Cristo tomou a nossa morte e nos deu a sua vida. Assim, como todos estão mortos em Adão, agora, todos podem ter vida em Cristo. Mas não é só isto…

2.”…Jesus …ressuscitou por causa da nossa justificação”: Qual foi a causa da ressurreição de Cristo? A nossa justificação ou salvação. Isto significa que a ressurreição de Cristo só aconteceu por causa da nossa justificação, isto é, aconteceu como prova de que Deus aceitou o sacrifício de seu Filho em nosso lugar. Vamos dizer: Aleluia!!! Glória a Deus!!!

Aplicação

Irmãos, quando descobrimos o que Simão descobriu: Que aquela Cruz não era de Cristo, era nossa, ele morreu em nosso lugar, então nos convertemos, somos salvos, nascemos de novo. Nossos olhos são abertos pelo Espírito Santo para vermos toda a obra de Cristo na Cruz. Somos constrangidos a amar a Cristo e receber sua salvação devido seu grande amor. É assim conosco? Ou continua sendo assim conosco? Nosso coração ainda é tocado, arde, por tão grande amor e salvação? Ainda as palavras da Cruz quebrantam nosso coração?   Ao participarmos da Ceia do Senhor, que é “o memorial da sua morte até que ele venha”, vamos renovar nosso amor por Cristo como ele renova seu amor por nós cada dia e neste dia! Amém!?

Assim, nasceu uma poesia.

Aquela Cruz Era Minha
Aquela Cruz não era dele,
Aquela Cruz era minha.
Jesus tomou o meu lugar.
Naquela Cruz pendurado,
Nela crucificado,
Morreu pra me salvar.
Aquela Cruz não era dele,
Aquela Cruz era minha.
Jesus tomou o meu lugar.
Quando meus olhos foram abertos,
Meu coração foi descoberto,
Vi como ele pôde me amar.
Aquela Cruz não era dele,
Aquela Cruz era minha.
Jesus tomou o meu lugar.
Sua mensagem vou pregá-la,
Em todo lugar anunciá-la,
Não posso me calar.
Aquela Cruz não era dele,
Aquela Cruz era minha,
Jesus tomou o meu lugar
Sim, Jesus morreu em meu lugar

Autor Pr. João Nelson Otto

Presbítero na Comunidade de Porto Alegre, pastoreando vidas desde 1979. Formado em teologia, casado com Sirlei Otto, pai de 3 filhos e avô de 10 netos. Autor do livro “O serviço dos santos”.

O texto acima expressa a visão do autor sobre o assunto, não sendo necessariamente a visão do site.

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